O deputado estadual Pedro Tavares (União Brasil) está em seu quarto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa da Bahia. Nascido em Salvador, mas declarando-se “filho de Ilhéus” por ter estudado o Ensino Fundamental no Colégio Nossa Senhora da Vitória, Tavares sempre manteve vínculos políticos com a região. No entanto, quando o assunto é segurança pública em Ilhéus, a realidade é clara: até hoje, ele não destinou nenhuma emenda parlamentar voltada diretamente para reduzir os índices alarmantes de criminalidade no município.
Enquanto a população sofre diariamente com assaltos, homicídios e a sensação de insegurança nas ruas, a ausência de investimentos por parte do deputado contrasta com discursos de seu grupo político. O prefeito Valderico Júnior, também do União Brasil, e o pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto, preferem apontar exclusivamente para o governador Jerônimo Rodrigues a responsabilidade pela escalada da violência. Fazem isso sem reconhecer que eles próprios — com força política, bancada consolidada e anos de mandatos — poderiam ter contribuído efetivamente para fortalecer a segurança em Ilhéus.
Um exemplo claro vem de outros parlamentares: a deputada Soane Galvão já destinou emendas para a aquisição de viaturas e indicou a necessidade de implantação de uma nova Delegacia de Homicídios na cidade. Essas ações mostram que, quando há compromisso real, é possível viabilizar melhorias concretas para a segurança da população.
E por que Pedro Tavares, com quatro mandatos e amplo espaço político, ainda não fez o mesmo? Por que ACM Neto, líder de uma das maiores bancadas da Bahia, nunca direcionou esforços para estruturar a segurança em municípios como Ilhéus?
Além disso, o próprio prefeito Valderico Jr. deixa a desejar. Sua gestão não investe na valorização da Guarda Municipal — não há concurso público para ampliar o efetivo, não há aquisição de equipamentos modernos, tampouco implantação de um sistema eficiente de videomonitoramento da cidade.
A resposta, para muitos, é evidente: a violência se tornou um ativo político. Manter a população refém do medo cria um cenário de caos em que determinados grupos se apresentam como a “salvação”. É o uso da insegurança pública como capital eleitoral, explorando a dor da população em vez de combatê-la com medidas concretas.
Ilhéus, no entanto, precisa mais do que discursos e promessas vazias. Precisa de investimento real, compromisso político e coragem para enfrentar a criminalidade com ações práticas, e não com a exploração do medo como ferramenta de poder.
Redator : David Reis \ Fábio Roberto Notícias