Fala Manoelito
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Volta o Monopólio dos Ônibus em Ilhéus. Parabéns, Menino Do Rádio!

Nos últimos dias, veículos de comunicação — inclusive aqueles que fazem parte da grade publicitária da Prefeitura de Ilhéus ou são ligados a figuras do alto escalão da gestão — passaram a direcionar ataques à empresa de ônibus São Miguel. Coincidência? Claro que não.


É evidente que as empresas de transporte público em Ilhéus estão longe de oferecer um serviço digno. Estamos falando de ônibus com problemas mecânicos, falta de freios, veículos velhos caindo aos pedaços, pegando fogo, despencando em ribanceiras e chovendo dentro. Isso sem contar a ausência de ônibus nos distritos, a redução de horários, a superlotação e a precariedade nos pontos. O prometido Wi-Fi e o ar-condicionado, usados como justificativa nos últimos aumentos da tarifa, simplesmente nunca funcionaram.


Grande parte desses problemas — cerca de 80% — é atribuída à São Miguel. Mas por quê? Porque ela era justamente a empresa que mais operava nas zonas rurais da cidade — áreas completamente negligenciadas pela gestão passada e que continuam sendo ignoradas pela "nova" gestão, que assumiu em janeiro.


O curioso é que, entre 100% das reclamações que vemos nas redes sociais, 99,999% são apenas contra a São Miguel. Isso não parece estranho? Não é estranho. É combinado.

E aqui está o X da questão: a empresa Viametro tem como sócio Paulo César Carletto, marido de Elaine Carletto, irmã do atual prefeito Valderico Júnior. Está tudo em casa.


O jogo é simples: desgastar a São Miguel, forçar “melhorias”, provocar uma venda ou até mesmo o rompimento do contrato, como já ocorreu. Resultado? Concentrar todas as operações com a Viametro — que, adivinhe só, é da irmã do prefeito e do seu marido. E abrir uma nova licitação para colocar outra empresa que, segundo rumores, também pertence à sua irmã e à família do marido. Fácil, né?


Vale lembrar que, na gestão do ex-prefeito Jabes, a São Miguel se beneficiou quando a antiga empresa — a de Valderico (o pai, meu povo!) — teve parte da frota apreendida e o contrato encerrado sumariamente. (Jabes Ribeiro, ao menos, se preocupou com os funcionários e seus familiares. Já o prefeito da "renovação" parece não estar fazendo o mesmo: como pretende realizar uma licitação entre 30 e 90 dias? E os funcionários? E suas famílias? Vão ficar sem o pagamento das rescisões?)


Agora tudo começa a fazer sentido, principalmente quando o próprio prefeito anuncia que lançaria “30 novos ônibus”. O famoso “acordão” já estava em andamento. Mas, ao que parece, algo saiu do controle, e o plano precisou ser revisto.

Resta a dúvida: a Viametro, que mal consegue manter as linhas que já opera, vai mesmo dar conta dos 150 ônibus que eram da São Miguel com apenas 15 veículos novos?


E os trabalhadores demitidos da São Miguel? Como ficam?


Se o prefeito tivesse planejamento real e vontade de resolver o problema do transporte público, criaria uma empresa municipal de economia mista, que serviria para regular o serviço de transporte coletivo. Inclusive, com passagens gratuitas aos domingos, custeadas pelos subsídios atuais e pelo vale-transporte dos servidores municipais.


Mas não. O que veremos será o lançamento de “uns” ônibus novinhos, com Wi-Fi, ar-condicionado e, claro, um novo aumento da tarifa — entre R$ 5,00 e R$ 5,20.

Depois, os ônibus somem, o Wi-Fi e o ar-condicionado param de funcionar, e o povo... continua fazendo coração nos pontos lotados, fomentando o crescimento do transporte alternativo.

Mas é isso. O povo escolheu o “campeão”.

O futuro será bem melhor.
Manoelito Puentes, 6455/BA

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